domingo, 20 de novembro de 2011

Festival PiB 2011 !!!


O PIB – Produto Instrumental Bruto é um festival de bandas instrumentais, que visa promover a cultura da música instrumental contemporânea e inovadora em toda a sua diversidade de estilos musicais. Em 2011, o projeto traz uma amostra do que será a sua proxima edição em 2012, apresenta uma síntese dessa atmosfera cultural e instrumental, e dessa vez, vem abordar a música instrumental a fim de despertar um olhar mais maduro acerca da atual música e da cultura independente no Brasil.

Esta edição em formato reduzido, acontecerá em 27 de novembro de 2011 na Casa das Caldeiras, trará shows, debate, feira cultural e exposições.

Neste dia será divulgada a lista das 20 bandas instrumentais selecionadas para a proxima edição do festival que acontecerá em 2012, em seu formato original com mais de 30 atrações, entre bandas e atividades culturais.

Em 2011, o festival inicia uma nova fase em sua história, preparando-se para lançar um projeto maior, uma tourne de bandas instrumentais pelo estado de São Paulo chamado PIB TOUR SP, com viagens previstas para o segundo semestre de 2012 por pelo menos 7 cidades paulistas.

Em clima de festa de lançamento, este ano o festival, apresenta em um único dia, diversas atividades e aproveita para lançar a lista de bandas selecionadas para e edição 2012.

PROGRAMAÇÃO:

- Shows com as bandas instrumentais vencedoras da edição 2010 do Festival a partir das 17h: Bandas -

MAMMA CADELA www.myspace.com/mammacadela
MARTINEZ www.myspace.com/martinezjazzfunk
THE MULLET MONSTER MAFIA www.myspace.com/mulletmonster
HUEY www.myspace.com/hueyband

- Debate sobre a atual cena de música independente no Brasil. Debatedores: Alex Antunes (jornalista e musico), Erick Cruxen (Banda Labirinto), José Júlio do Espírito Santo (jornalista), Bruno Kaskata (produtor), Amadeu Zoe (Espaço Serralheria).

- Exposições:
Fotografia: Marília Vasconcellos
Xilogravura: Manuela Romeiro
Colagens: Bel Falleiros
Paisagismo: ACATU - Atelie de Cultura Ambiental e Tratamento Urbano
Skate: Zapata Boards
Escultura Cinética/Móbiles: Guga Landi
Escultura em Papel Marchê: Clau Carmo
Ilustração: Alex Senna

- Feira cultural.

Maiores informações: www.festivalpib.com.br

SERV IÇO: Festival PiB 2011
Dia 27 de Novembro de 2011 (Domingo)
LOCAL: Casa das Caldeiras - Av. Francisco Matarazzo 2000, em frente ao Clube Palmeiras.
HORÁRIOS: a partir das 14h até 21h. Shows começam as 17h00.

Grátis.
Censura Livre.
Venha de bike!

site: www.casadascaldeiras.com.br

twitter/@festivalpib


A lista com as bandas selecionadas para o PIB 2012 apenas estará disponivel no site do projeto a partir do dia 10/ dez/ 2011. Divulgaremos a lista ao vivo no evento do dia 27/11 apareça e conheça antes os selecionados!!

COLABORE COM O FESTIVAL PIB, QUE ESSE ANO SERÁ REALIZADO SEM PATROCÍNIO: ADQUIRA A CAMISETA!!! :D
(R$15,00 só em dinheiro, na feira cultural)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Formalismo Russo e os contos mágicos de Vladimir Propp


A designação Formalismo Russo, segundo Todorov e Jakobson, tem cunho pejorativo e era como seus detratores se referiam aos métodos aplicados; mas foi assim que o movimento ficou conhecido até hoje. Destacavam-se no grupo os então estudantes Viktor Chklovski, Óssip Brik, Yuri Tynianov, Boris Eichenbaum, Boris Tomachevski e Roman Jakobson. Vladimir Propp foi um dos mais tardios a fazer parte do movimento.
Os objetivos eram aproximar a crítica literária, então empírica e positivista, de uma abordagem metodológica e científica; opondo-se as doutrinas simbolistas desprovidas de fundamentação filosófica e de método, ou seja, segregava as relações abstratas. Esta abordagem distanciaria as visões de segmentos das escolas literárias e se prenderiam de fato aos elementos de literariedade do texto, ou seja, aquilo que lhe confere caráter literário.
No inverno de 1914, em Moscou, um grupo de alunos funda o Círculo Lingüístico de Moscou; seus campos eram a poética e a lingüística que através de abordagens paralelas explicitaria referenciais comuns aos dois campos. Estas análises representaram significativa inovação nas relações entre literatura e lingüística.
Nesta época foi cunhado o termo função poética, que consolidou a relação dos referenciais conotativos como um elemento primordial na conformação do texto poético e direcionou os estudos naquela época.
A nova ordem social provocava seus reflexos na cena literária russa, e seus atores de vanguarda inquietos com o esgotamento da velha estética e buscando novas formas de expressão, aliam-se ao Círculo Lingüístico de Moscou; da mesma forma como a revolução alterara profundamente a Rússia os novos poetas pretendiam revolucionar a literatura do seu país.
O Formalismo durou em termos formais até aproximadamente 1930. O objeto de nosso estudo, o russo Vladimir Propp publicou seu principal estudo em 1928 conhecido no Brasil como “A Morfologia do Conto Maravilhoso”.
Através da análise de centenas de contos tradicionais, principalmente os de cunho “mágico” Propp propôs uma nova forma de análise literária destes. Esta análise porém também seria não apenas uma inovação na área da literatura, mas principalmente para a Semiótica moderna estruturalista, inspirando Greimas anos mais tarde em seu trabalho “Semântica Estrutural”.
Propp demonstrou em suas obras um grande interesse pelos contos populares, em especial pelos contos folclóricos russos. Pesquisando tais contos, percebeu a semelhança entre contos oriundos de culturas e localizações geográficas distantes, ao redor do mundo. Buscou então, em suas pesquisas, desvendar os mecanismos por trás desta profusão dos contos folclóricos a partir de três questões que lhe pareciam fundamentais serem abordadas — a forma dos contos de magia, as transformações ocorridas entre contos (que geravam novos contos) e as origens destes contos.
O trabalho de isolar as partes, descrevê-las e analisar as relações entre elas foi realizado meticulosamente. A morfologia, o estudo das formas, na botânica, inspirou Propp a buscar o mesmo nas narrativas folclóricas, nos contos maravilhosos.
Na época, os estudiosos de literatura centravam suas análises predominantemente nas questões de origem, de história. Propp mostrou que não se poderia partir da origem antes de entendermos o objeto real da análise. Primeiro seria necessário entender o que era o conto para depois analisar seu comportamento através dos tempos. Assim, com base em uma análise de um grupo de cem contos populares de origens diversas, Propp descobriu uma estrutura única composta de 31 funções, agrupadas em 7 esferas de ação: agrupadas em 7 esferas de ação:  O Agressor, O Doador,  O Auxiliar, A Princesa e o Pai, O Mandador (chamado mais tarde de Destinador), O Herói e O Falso Herói. Todos, segundo demonstrado em seu livro, seguem uma seqüência idêntica de ações a serem preenchidas pelas personagens. A essas ações ele dá o nome de funções das personagens.
As funções são retiradas da observação das narrativas, como se na verdade uma única narrativa fosse atualizada por diferentes personagens em diferentes situações, criadas por anônimos, ao longo do tempo, pela tradição folclórica de diferentes nações. É quase como uma narrativa que se narra sozinha.
O conto maravilhoso atribui ações iguais a personagens diferentes, por mais diferentes que sejam. Isto permite estudar os contos a partir das funções das personagens. É importante saber “o que” é realizado, e não por “quem” ou “como”.

Para Propp a sequência das funções é sempre idêntica. Pode acontecer de em alguns contos termos mais ou menos funções listadas, mas a ordem de acontecimentos dos fatos deve seguir a ordem de funções proposta por ele.

A obra em questão é detalhista. Propp não propõe imediatamente sua teoria. Inicialmente faz uma análise meticulosa de proposições diversas tentando entender primeiramente o que é o conto e como ele se constitui.

Analisa os elementos que servem para enriquecer a narrativa dos contos de magia, dando mais “brilho” ao conto que está sendo narrado. Funcionam como elementos de apoio, que preenchem lacunas deixadas pelas grandezas constantes e grandezas variáveis dos contos As funções dos contos de magia podem ser agrupadas de maneira lógica em esferas de ação. Tais esferas correspondem às funções que cada personagem realiza na narrativa. Não estão relacionadas às personagens específicas de cada conto, mas às categorias de personagens do conto maravilhoso, ou seja, ao papel que as personagens desempenham no enredo e ao conceito que estão representando.

Existem diversos exemplos desta mesma estrutura narrativa ao redor do mundo todo. O que varia, da primeira história para a segunda, é justamente aquilo que enriquece o conto e o aproxima do contexto sócio-cultural em que é difundido: as personagens e sua caracterização, a maneira diferenciada com que cada personagem realiza os procedimentos a ela delegados na narrativa e o cenário onde a história acontece.


A obra “Morfologia do Conto Maravilhoso” foi sem dúvida umas das maiores contribuições para o estudo da literatura e da linguagem no século XX. Propp foi um ousado vanguardista ao propor com tanta clareza e organização tais teorias para a análise de contos centenários. É evidente que após mais de 80 anos de sua publicação alguns pontos já foram superados ou mesmo reinventados de maneiras mais inteligíveis, principalmente pelos semioticistas franceses ou mesmo pelos teóricos de literatura mais atuais. Mas sem dúvida sua contribuição trouxe ao mundo da literatura não apenas uma nova magia, mas também uma visão de ás vezes linguagem pode ser organizada de maneira formal e previsível.

Bibliografia
Propp, Vladimir. Morfologia do Conto Maravilhoso. Editora Forense Universitária, São Paulo: 2006.

Wöth, Winfried. A Semiótica no Século XX. Ed. Annablume. São Paulo: 1999.

sábado, 13 de agosto de 2011

Um pouco sobre o Folclore...


FOLCLORE

Inti Anny Queiroz

A pesquisa que se segue foi desenvolvida para a disciplina de Literatura Infantil 3 do curso de letras da Universidade de São Paulo e visa abordar, explorar e desenvolver alguns pontos pertinentes ao estudo do folclore brasileiro, principalmente os assuntos relacionados ao universo infantil e a poesia proveniente do folclore infantil no Brasil. A convenção do que significa folclore é o outro ponto abordado na pesquisa. Definir se um fato da cultura popular pode ser realmente definido como folclore e como ocorre a definição disso de acordo com pontos estabelecidos pela UNESCO. Partiremos de estudos realizados pelo conhecido folclorista brasileiro Luiz Câmara Cascudo, que desenvolveu durante toda sua vida diversos estudos sobre o folclore brasileiro, para entender um pouco da historia do Folclore. Um breve contexto histórico da formação de uma cultura popular servirá de base para entendermos como o folclore está inserido na cultura brasileira. Para compreendermos de que modo o folclore foi absorvido por poetas contemporâneos, apresentaremos uma pequena amostra da obra dos poetas Ricardo Azevedo e Eva Furnari, ambos escritores e ilustradores.
Folclore é um gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crendices e superstições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.
A pesquisa folclórica tem como objeto de estudo “o homem em suas manifestações espontâneas de pensar, sentir, agir e reagir. Pesquisa folclórica é o estudo científico desses fatos, aceitos coletivamente em sua trajetória dinâmica” (GARCIA & SANTOS, 1983, p.110). O reconhecimento de um fato folclórico não depende apenas do reconhecimento popular. “Buscam-se as causas que provocaram seu surgimento, sua difusão, sua função no grupo, sua atual conformação ou seu desaparecimento, estabelecendo-se correlações sociológicas, psicológicas, históricas e geográficas”.(Idem)
A primeira questão pertinente ao nosso estudo é a definição de um fato folclórico nos dias de hoje. Para se determinar se um fato é folclórico, segundo a UNESCO, ele deve apresentar as seguintes características:
·           Tradicionalidade, a partir de sua transmissão geracional, entendida como uma continuidade, onde os fatos novos se inserem sem ruptura com o passado, e se constroem sobre esse passado. Dinamicidade, ou seja, sua feição mutável, ainda que baseada na tradição. Funcionalidade, existindo uma razão para o fato acontecer e não constituindo um dado isolado, e sim inserido em um contexto dinâmico e vivo. Aceitação coletiva: deve ser uma prática generalizada, implicando uma identificação coletiva com o fato, mesmo que ele derive das elites. Esse critério não leva em conta o anonimato que muitas vezes caracteriza o fato folclórico e tem sido considerado um indicador de autenticidade, pois mesmo se houver autor, desde que o fato seja absorvido pela cultura popular, ainda deve ser considerado folclórico.

Historia do Folclore Brasileiro

No Século XIX, D. Pedro estimulou a produção cultural que ativasse símbolos nacionais. Proporcionou o encontro de muitos nobres e estrangeiros endinheirados com artesãos e artistas que precisavam de apoio financeiro para produzir sua arte.
Foi neste período que a arte nacional começou a tomar forma, seja na música, na pintura, na poesia. Gonçalves Dias iniciou esse processo e divulgou nossa personalidade cultural a partir do Poema “Canção do Exílio, um marco na cultura brasileira de exaltação de uma cultura inteiramente brasileira.
Na década de 30 (Sec. XX), Mario de Andrade dirigiu o Departamento de Cultura do Estado de São Paulo entre 1935 e 1938, abrindo cursos para a formação de pesquisadores, onde palestraram eruditos renomados como Lévi-Strauss. As cadernetas dos pesquisadores do departamento estão sendo digitalizadas em 2011 através da Lei Rouanet.
Na década de 1950 essa movimentação se multiplicou em larga escala, atraindo outras figuras ilustres como Cecília Meireles, Câmara Cascudo, Edison Carneiro, Florestan Fernandes e Gilberto Freire,além de estrangeiros como Roger Bastide e Pierre Verger. O movimento folclorista nesta época encontrou a consagração institucional maior na Comissão Nacional de Folclore, fundada em 1947 por Renato Almeida, através de recomendação da UNESCO, vinculada ao Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura e à própria UNESCO. No contexto do pós-guerra, a preocupação com o folclore se inseria nas iniciativas em prol da paz mundial.
A comissão Nacional do Folclore foi incorporada à Funarte, transformou-se em 1979 no Instituto Nacional do Folclore. Em 1990 o Instituto passou a ser denominado Coordenação de Folclore e Cultura Popular, hoje chamado Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), vinculado ao Ministério da Cultura e tendo como missão declarada "formular, fomentar e executar programas e projetos em nível nacional voltados para a pesquisa, documentação, difusão e apoio a expressões das culturas populares brasileiras"
.Em 1986 é aprovada a Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) onde o Folclore brasileiro foi novamente discutido e classificado. A importância de refletirmos sobre a divisão do que é cultura popular e cultura de massas foi novamente posta a prova dentro do assunto Folclore. Muitos símbolos importantes do folclore Brasileiro como o Carnaval fora de época, foram deixados de fora dos benefícios da lei de incentivo a cultura. 
A discussão atual sobre a nova lei federal de incentivo a cultura (PROCULTURA), que atualmente está em fase de aprovação no senado federal.
Luís da Câmara Cascudo (Natal, 30 de dezembro de 1898 — Natal, 30 de julho de 1986) foi um historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro. Passou toda a sua vida em Natal e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O Instituto de Antropologia desta universidade tem seu nome. Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, deixou uma extensa obra, inclusive o Dicionário do Folclore Brasileiro (1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: Alma patrícia (1921), obra de estréia, Contos tradicionais do Brasil (1946). Estudioso do período das invasões holandesas, publicou Geografia do Brasil holandês (1956). Suas memórias, O tempo e eu (1971) foram editadas postumamente. Quase chegou a ser demitido por estudar figuras folclóricas como o lobisomem. Ele escreveu 31 livros e 9 plaquetas sobre o folclore brasileiro, em um total de 8.533 páginas.
Na obra Vaqueiros e cantadores (1939) Cascudo reúne quinze anos de sua vida entre notas, leituras, observações e sonhos de compendiar uma obra que fosse capaz de responder à altura da memória, identidade e alteridade da produção sertaneja.  A obra nos revela a forma de como o homem do sertão encontrou para se manifestar e revelar os seus sentimentos. Récitas de boi, valentia de vaqueiros ou caçadores, os ciclos heróicos de cangaceiros, os tema satíricos envolvendo a política, enfim, a poesia (ou trovas) tradicionais emanadas ao ciclo social, do gado, da memória a que se submete guardar os romances primitivamente cantados desde épocas trovadorescas, quando o Brasil ainda não era Brasil.
Nesta temos a poesia pura, sertaneja, valendo-se de experiências, qual prazer aos cantadores e recitadores é em cantar/contar acontecimentos em seus momentos de ociosidade, causando prazer e até reflexão ou compaixão aos seus ouvintes. A poesia sertaneja por muito tempo se fez como jornal de notícias, de aparatos pedagógicos, de discussão de temas sociais e até denúncias de injustiças acometidas ao povo.
No livro Literatura oral no Brasil (1952) Cascudo verificou a origem, por vezes remota, de fatos e histórias presenciados e ouvidos no sertão. A curiosidade do erudito juntou-se à realidade vivida, base de sua extensa obra, sempre palpitante de vida.
Começando pela origem do conceito de literatura oral, a sua abrangência e vitalidade, limites e transmissão, registrando e estudando as infindáveis manifestações de cultura transmitidas pela oralidade: canto, dança, mitos, lendas, fábulas, tradições, rondas infantis, parlendas, mnemonias, adivinhas, anedotas (importância da oralidade).
Capítulos especiais são dedicados aos contos (contos de encantamento, de exemplo, facécias etc.), autos populares e poesia em suas múltiplas manifestações, completados com antologia. Cascudo registra, analisa, compara a presença de tradições em vários povos, sempre migrando, "ondulantes na imaginação coletiva", a contribuição de portugueses, negros e indígenas, assim como as fontes impressas da literatura oral brasileira, a partir do século XVI, muitas delas ainda presentes em nosso cotidiano, numa impressionante vitalidade do espírito popular.

Folclore Infantil

Nosso estudo buscou exemplificar o folclore infantil a partir de alguns pontos pertinantes ao folclore contemporâneo. O estudo da origem de alguns fatos folclóricos em si não serão abordador aqui. Para pontuar o folclore que permeia o universo infantil, analisaremos alguns pontos como: Lendas(narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos); Parlendas (Trava língua, rima infantil, de ritmo fácil e de forma rápida); Adivinhas (charadas desafiadoras que fazem as pessoas pensar e se divertir); Cantigas de roda (brincadeiras de roda que utilizam musicas); Festas temáticas (junina).

Ricardo Azevedo escritor e ilustrador paulista nascido em 1949, é autor de mais cem livros para crianças e jovens. Ganhou quatro vezes o prêmio Jabuti com os livros Alguma coisa (FTD), Maria Gomes (Scipione), Dezenove poemas desengonçados (Ática) e A outra enciclopédia canina (Companhia das Letrinhas) o APCA e outros. Tem livros publicados na Alemanha, Portugal, México, França e Holanda. Bacharel em Comunicação Visual pela Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo. Pesquisador na área de cultura popular. Professor convidado em cursos de especialização em Arte-Educação e Literatura. Tem dado palestras e escrito artigos, publicados em livros e revistas, abordando problemas do uso da literatura de ficção na escola. Tese de doutorado: “Abençoado e danado do samba” – USP / DTLLC. Azevedo comenta sobre o universo infantil e a literatura:

“ Há crianças de 8 anos que já trabalham. Há meninas de 11 anos que já são mães. Há filhos de pais separados. Há crianças que perderam o pai. Há traumas. Há temperamentos. Há sonhos. Há vivências absolutamente pessoais (o gosto, os prazeres, a perspectiva do sublime). Além disso, é possível encontrar, num mesmo grupo, pessoas oriundas de tradições, culturas e concepções de mundo diferentes. Em suma, há de tudo quando levamos em conta o plano da existência particular e não o da genérica, esquemática e higiênica estatística. A visão que temos hoje do que seja criança é ligada, naturalmente, ao nosso contexto histórico, social, científico (epistemológico) e cultural. Estamos habituados a conviver, pelo menos em certas classes sociais, com uma infância apartada da vida adulta (do trabalho, da sexualidade, da política etc), habitando um universo delimitado por assuntos escolares, certo vocabulário, certas brincadeiras e certos assuntos.”

Eva Furnari nasceu em Roma (Itália) em 1948 e chegou ao Brasil em 1950, radicando-se em São Paulo. Formada em Arquitetura, é escritora e ilustradora de livros infantis desde 1980. Tem mais de 50 livros publicados no Brasil e em países da América Latina. Ao longo de sua carreira recebeu diversos prêmios, entre eles. Por diversas vezes recebeu prêmios da FNLIJ e da APCA recebeu o prêmio pelo conjunto da obra.
Colaborando com a Folhinha, suplemento infantil do jornal paulistano , criou sua personagem mais famosa: a Bruxinha. Como autora infanto-juvenil e como ilustradora recebeu o Premio Jabuti nos anos de: 1986, 1991, 1993, 1995, 1998 e 2006. Em 2002 foi escolhida para ilustrar a reedição de seis livros da obra infantil de Erico Veríssimo.




Referências bibliográficas
AZEVEDO, Ricardo. “Literatura infantil: origens, visões da infância e certos traços populares” IN: ESCARPIT, Denise. La literatura infantil y juvenil en Europa. Trad. Diana Flores,  México, Fondo de Cultura Económica, 1981.

CASCUDO, Luis da Câmara. Antologia do folclore brasileiro. vol. 1 e 2. 8ª ed. São Paulo Global, 2002.

CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura oral no Brasil. 3ª ed. São Paulo: Global, 2002.

GARCIA, Rose Marie. & SANTOS, Ilka. Preparo básico para pesquisa folclórica. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1983.


Outras fontes:

Site do Ministério da Cultura



Palavras-chave: folclore, cultura popular, poesia infantil, lendas. 




sábado, 6 de agosto de 2011

Dia dos mortos no México

O texto a seguir foi escrito por mim em 2002 para uma extensa pesquisa de produção de um documentário intitulado "O Dia dos mortos no México" também participei da pré produção e pós produção do mesmo. A pesquisa buscou entender como o dia dos mortos acontece na sociedade mexicana, quais suas origens e como até hoje é um importante ritual cultural dessa sociedade. 





História e as tradições Antigas

A festa que celebramos nos dias 1 e 2 de novembro tem origens pré-hispânicas. Em todas as culturas do México antigo (Maias, Olmecas, Astecas, etc...).
A morte ocupava um lugar muito importante. Os antigos mexicanos pensavam que o “espírito dos homens era imortal’ , que existia um lugar onde iam parar as almas dos mortos. Os Nahuas chamaram esse lugar de Mictlán.
Apesar da semelhança com a religião Cristã, existem diferenças importantes. Uma delas é que as almas chegam ao Mictlán, não importando como se comportaram durante o mundo material da vida. Não existia o conceito de bom e mal, não se tratava de prêmios e castigos. Todos os mortos eram iguais. Muitos deles se convertiam em Deuses de acordo com sua morte. Os guerreiros mortos em combate se convertiam em aves de plumagem coloridas, e tinham a missão de acompanhar o sol durante sua passagem diária, especialmente no amanhecer e no entardecer.
Os Astecas consideravam-se soldados do Sol e que os rituais contribuíam para fortalecer ao Sol-Tonatiuh no seu combate divino contra as estrelas, os símbolos do mal e da escuridão da noite. Ofereciam sacrifícios aos Deuses que retribuíam com a luz do dia e a chuva para crescer a vida nas colheitas.
Os principais Deuses reverenciados eram Quetzalcoatl, Deus da vida que governa a terra e o céu e Mictlantlecuihtl, Deus do submundo e que guarda os mortos. Nas imagens talhadas em pedras nos templos Astecas, eles aparecem perfilados dividindo a mesma espinha dorsal. À Primeira vista, eles parecem uma só forma. Duas formas distintas os definem. Um complementando o outro, os dois juntos formando o todo. Cada um justifica a existência do outro.
Os Astecas dividiam o tempo em séculos de 52 anos. Ao final de cada ciclo celebravam a “Atadura dos anos”. A festa do Dia dos Mortos era celebrada nas Antigas civilizações vinculada com o calendário Agrícola Pré-hispânico. Era comemorada na época da colheita. Seria como o primeiro período de fartura, o primeiro banquete, depois da escassez dos meses anteriores. Os rituais anteriores à época do plantio eram iniciados com um período de Jejum, que chegava a durar mais de um mês em algumas regiões,, principalmente mais ao norte do México, onde viviam os povos Maias. Os rituais de pré-plantio eram sempre concluídos com Sacrifícios em massa para brindar aos deuses da Natureza. O Sacrifício era aceito não como um propósito pessoal, mas um bem coletivo, à continuidade da criação, para a saúde da Natureza.
Os sacrifícios geralmente eram feitos com muita crueldade, os Astecas são considerados o povo mais cruel de toda antigüidade, seguidos de perto pelos Maias. Decapitações, morte de animais e virgens são os sacrifícios mais utilizados. A parte do corpo dos sacrificados oferecida aos deuses era quase sempre o coração e o sangue derramado servia como ornamento nos altares dos rituais, que aconteciam geralmente em altares dentro de cavernas naturais. Talvez por conta de tantos sacrifícios, os povos do México tiveram que se acostumar com a morte com uma extensão natural da vida. Mesmo depois da colonização espanhola no século XVI, onde as tradições foram ‘domesticadas’ pelas missões Cristãs.
Os antigos mexicanos enterravam os mortos como múmias envoltas em ataduras de tecido e numa espécie de sarcófago chamado ‘Petate’. Lá colocavam comida e utensílios para a sua viagem pelo Chignahuapan, que significa na língua Nahua “Sobre nove rios”. Este lugar seria como um purgatório e era passagem obrigatória para chegar ao Mictlán. . Porém a viagem a Mictlán era perigosa. Os mortos tinham que atravessar um rio muito fundo, escalar montanhas, lutar com feras selvagens, etc.Por isso quando uma pessoa era enterrada com oferendas, geralmente eram Facas feitas de pedra Obsidiana, comida e bebida suficiente para a viagem, um cachorro que os acompanhava e se o morto era uma pessoa importante, o enterravam com alguns serventes sacrificados para a ocasião do enterro da personalidade.
Durante a colonização, os missionários cristãos trataram de erradicar estes costumes, mas apenas o que conseguiram foi modificá-lo. Fizeram com que a tradição coincidisse com a festa cristã dos mortos do dia “de todos os santos”. Festa que apesar de ser Cristã tem origem Celta. Porém a coincidência, dos indígenas permaneceu os restos de sua tradição original, o ideal da morte como extenção da vida e todos os rituais como veremos a seguir.


As tradições da festa atualmente

A celebração atual conserva o conceito de que os mortos não morrem, apenas que somente foram viver suas vidas do outro lado e podem voltar pelo mesmo caminho que fizeram se tiver comida suficiente para agüentar a jornada. Por isso as oferendas são colocadas nas casas no dia dos mortos. É uma forma de estimular os seus entes queridos de visitá-los de vez em quando. Esta é uma idéia que contrapõe a idéia universal de que os mortos assustam. As pessoas que amamos jamais poderiam nos fazer mal e a melhor maneira de lembrar delas é as convidando a comer o que elas mais gostavam. E isso só acontece no México.
As atividades do dia dos Mortos duram alguns dias. Iniciam oficialmente na noite do dia 31 de Outubro quando as almas dos “Angelitos” começam a chegar. No dia 1o de novembro os adultos falecidos vêm durante o dia , mas principalmente ao meio dia, horário do almoço do dia de todos os santos( dia 1o). As crianças mortas sempre chegam antes dos adultos por conta de suas almas mais puras e leves. Em algumas localidades, no dia 1o de novembro são lembradas as crianças falecidas, chamadas de “Angelitos”(Anjinhos). Os que faleceram na idade adulta são relembrados no dia 2 de novembro. As crianças e adultos que foram batizados se vão à meia noite daquele dia primeiro.
Os mexicanos acreditam que as almas retornam com suas personalidades iguais de quando eram vivos, por isso seus gostos continuam os mesmo e são satisfeitos nas oferendas e as suas respectivas “calaveras” estarão sempre vestidas representando a profissão que o falecido teve em vida ou com acessórios que tornem a “Calavera” parecida com o morto.
No México contemporâneo, a morte é como um espelho que reflete a forma que vivemos e nosso arrependimento. A morte é uma fase de um ciclo infinito.
A festa tem o propósito de preparar a crianças e os adultos com a idéia da morte, para que a aceite como parte inevitável da existência humana.


Tradição e Economia

Da Segunda metade do mês de outubro até a metade de Novembro, lojas por todo o México estão repletas de produtos para o dia dos mortos. Diferentes tipos de esqueletos e outros brinquedos macabros, pacotes de papel picados, coroas e cruzes elaboradas e decoradas com papel e flores, velas, lamparinas, flores frescas principalmente calêndulas e crista de galo.
Entre os comestíveis temos as caveiras, caixões feitos de açúcar, chocolate e sementes de amaranto. Pães especiais, pães enrolados de açúcar chamados ‘Pão do Morto’. Os pães existem em vários tamanhos e a massa é moldada em diversos formatos como ossos, almas e figuras relacionadas à morte. Os comestíveis são vendidos especialmente para as oferendas e para os familiares se presentearem.
Os cemitérios e as ruas também transformam-se em grandes mercados. Comerciantes ambulantes tomam todos os espaços procurando vender todo tipo de comida típica da festa , souvenirs, Flores, Brinquedos artesanais, produtos mexicanos para turistas, enfim tudo o que pode-se vender em dias que o povo está nas ruas.
Atualmente as mais importantes cerimônias e que conservaram muitas das tradições dos antigos povos são dos Índios Purépechas do famoso Lago Patzcuaro, especialmente na ilha de Janitzio. Outras festas importantes são dos povoados do Istmo de Tehuantepec, Oaxaca e Cuetzalan Puebla. Isso considerando que na capital Cidade do México a influência do Helloween norte-americano já pode ser percebida no comércio local.
Essa influência do Helloween trouxe ao comércio produtos como grandes abóboras, fantasias de bruxa, vampiros e outros personagens macabros e máscaras de todos os tipos até de personalidades. Devo salientar que o Helloween é de origem Celta e adquiriu algumas influências de outras culturas inclusive dos antigos mexicanos.
O dia dos mortos começou mesmo a ter uma conotação mais comercial neste último século principalmente depois que Jose Guadalupe Posada (1852-1913) popularizou as “Calaveras” com produção em massa de gravuras Litográficas, posters e decorações que a cada ano tornavam-se mais habituais na vitrines das lojas. Usando de muita Sátira e humor negro, retratou personalidades sociais e políticas como “Calaveras”. As diferenças sociais e a crise econômica durante o governo ditatorial de Porfírio Diaz, fez com que Posada usasse principalmente os políticos como alvo de seu trabalho isso chamou a atenção do povo que consumiu e disseminou ainda mais a tradição das ‘Calaveras’. Seus impressos eram sempre acompanhados de versos ritmados e frases de efeito, que hoje são ditos populares sobre a morte usados em todo o mundo , inclusive no Brasil. Sua “calavera” mais conhecida e clássica até hoje é “La Catrina”, uma lady da alta sociedade mexicana , que viveu na virada do século e ficou marcada pelo seu chapéu de abas largas.


Os Rituais e Atividades

Entre as tradições e rituais da festa do Dia dos mortos talvez a mais interessante e marcante sejam os altares de oferendas aos mortos. O Museu Regional de Guadalajara geralmente faz uma mostra dos diferentes tipos de altares que encontrados pela área de Jalisco. Os altares mais bonitos também podem ser encontrados nas regiões de Tlaqupaque e Zapopan. Em Chapala e Ajijic encontraremos alguns altares temáticos.
Os altares preparados nas casas das famílias mexicanas podem variar de região para região mas basicamente tem que apresentar uma estrutura parecida. Usando caixas vazias de papelão empilhadas em forma de Pirâmides semelhantes aos templos Astecas de Teothuacan, o Altar é coberto sempre com uma toalha branca. Quatro velas são colocadas no topo da Pirâmide para representar os pontos Cardeais. Uma vela a mais é acesa para cada alma esperada. As velas representam fé e esperança e ardem por toda a noite do dia 31 e 1o iluminando o caminho das almas. É aceso também um incenso feito de Copal, uma resina de árvore, que sempre foi muito usado por lá desde os antigos povos.
Até o mais simples altar tem que ter os 3 elementos básicos: Água para que a alma mate a sede e para sua purificação , Sal para temperar os alimentos e também é usado na purificação e Pão que representa o alimento necessário para a sobrevivência.
A purificação e a Higiene pessoal da alma também tem grande importância. Os mexicanos acreditam que o morto vai querer estar belo para encontrar seus familiares. Uma bacia (lavatório), sabão, toalhas, espelho, escova de cabelo entre outros objetos, são colocados num canto do altar.
No segundo andar mais alto da pirâmide temos as “Calaveras”. Geralmente são três , representando a santa trindade. Não importando quantas almas são esperadas, pois esse número pode aumentar mas não diminuir. .
No altar também se colocam fotografias dos familiares e um candelabro para as velas para cada alma que se “espera para o Almoço”. A comida depende da região do país. Na Cidade do México, geralmente é Mole (guisado de carne bem temperado)ou Tamal (empanada de massa de farinha de maiz , também bem condimentada), doces típicos tequila, água fresca, cigarros e o que mais podem oferecer para agrada o visitante.
Acredita-se que se os vivos provarem os alimentos depois que as ‘visitas’ vieram, já não terão o mesmo gosto, pois o morto levou sua essência. Os defuntos chegam às casas no dia primeiro de novembro, exatamente ao passar do sol pelo meio dia, guiados por caminhos de pétalas de Cempasúchil. Para as crianças que já se foram, é colocado um pão doce especial, com açúcar pintado de rosa e brinquedos.
O hábito de usar o papel picado é uma origem Asteca também. O Papel picado é espalhado pelos altares, pelas ruas, formam imagens e têm a intenção primeira de enfeitar e colorir ainda mais essa festa. Cores diferentes são usadas de acordo com a intenção da comemoração. Papel Preto para as religiões pré-hispânicas, Púrpura para a dor e sofrimento, Rosa para a celebração e para divertir as crianças, Branco para a pureza e esperança, Amarelo e Laranja para as Calêndulas, o sol e a luz e o Vermelho para os Cristãos representando a cor do manto de Jesus.
As Flores também têm um lugar especial no altares. Representam a brevidade da vida. Servem para estilizar, decorar e dar significado a certos altares. Nos tempos dos Astecas a flor chamada Cempasúchil (Calêndula), era conhecida como a flor de 400 vidas. Por isso uma cruz de pétalas de Calêndulas hoje costumam formar uma cruz no chão em frente aos altares, para que ali os mortos possam se ajoelhar e expulsar suas culpas.
Itens pessoais também são colocados nos altares. Sempre bens materiais que o falecido mais gostava. Todo o tipo de coisa é possível de se encontrar desde roupas, brinquedos, livros, instrumentos musicais, etc.
As Famílias acreditam que as almas vão ao Panteão (Panteon), uma espécie de templo , na tarde de 2 de novembro. Nos cemitérios, principalmente no dia 2 que é o dia dos Mortos, os mexicanos fazem grandes festas. Os túmulos são adornados com papeis picados coloridos, Flores, e todo tipo de homenagem que vão desde respeitosas velas a todo tipo de souvenir e decoração típica da festa, seja ela respeitosa ou totalmente satírica. Os túmulos que foram limpos e arrumados nos dias anteriores, hoje servem de local para uma festa familiar que pode até assustar os turistas mais desavisados. Os mexicanos costumam levar cestas de Piquenique, Garrafas de Tequila para brindar os que partiram e até bandas de cantores Mariachis que cantam durante horas homenageando os mortos. Inclusive alguns grupos de cantores Mariachis percorrem as ruas das cidades e visitam algumas casas sempre cantando músicas típicas da festa com versos rimados satirizando a morte.
Sem restrição em todas as partes tem uma festa popular onde o mexicano se diverte com a morte. Os amigos se presenteiam com caveiras de açúcar com seus nomes escritos na frente, para recordar a todos que uma dia morrerão também.
Pelas ruas circulam os “enterritos”, isso acontece muito em Tláhuac, Xochimilco e muitos povos da região. Os enterritos são grupos de pessoas que carregam um pequeno caixão com uma caveira de papel e cartão que se levanta quando é puxado por uma cordinha. A intenção é assombrar e divertir os que por eles passam.
As crianças vão de casa em casa pedindo sua “caveirinha”, que originalmente consistia num pão de açúcar e doces, mas hoje pode significar dinheiro.
Em alguns povos como o de Naolinco, Veracruz e Mixquic em Xochimilco, existe o costume de visitar as oferendas. Ao entrar nas casas canta-se uma canção e o dono presenteia os cantores com Tamal e doces.

Frases e Ditos populares

A tradição de Jose Posada, que ousou criar frases de efeito junto a suas “Calaveras”, foi gerando uma série de Ditos populares que o povo mexicano foi criando ao longo dos anos e incorporando ao folclore e à cultura de seu país. Desde então costuma-se fazer versinhos satíricos anunciando a morte de políticos, amigos e parentes. Sempre exagerando os defeitos do referido. Em todos os periódicos de circulação nacional aparecem as caveiras junto a frases. É a Picardia mexicana aplicada à morte.
Algumas delas correram pelo mundo e foram incorporadas por outras culturas, principalmente de origem latina. No Brasil conhecemos muito bem algumas dessas polêmicas e cômicas frases que até então algumas pessoas podem não saber a origem.
Frases tradicionais usadas (ditos populares criados para a ocasião):
- Ao fim que para morrer nascemos.
- Ao vivo tudo lhe falta, ao morto tudo lhe sobra.
- Amigos até morrer, mas quanto a prestar nada tenho a dizer.
- Para minhas caveira deixa que eu tiro os dentes.
- A quem Deus quer para si, pouco tempo tem aqui.
- Ai morte, não me cerques, que estou tremendo de medo!
- Cansado de velar cadáveres e não puros mortos com cabeças de fósforos.
- Caindo o morto e soltando o pranto.
- Como já está morto, seja o que é a eternidade..
- Quando o pássaro Tecolote canta, o índio morre, não é certo porem acontece. 

- Quando estiveres morto ,todos dirão que você foi bom
- Ao diabo a morte, enquanto a vida nos dure.
- Daqui a cem anos, todos seremos pobres coitados.
- Onde se chora está o morto.
- O asno só na morte tem descanso.
- Ao morto a sepultura, ao vivo a travessura.
- O morto e o encostado fedem no terceiro dia.
- Era maior o defunto.
- Existem mortos que não fazem ruídos pois é maior o seu penar.
- A dó não mata, mas ajuda a morrer.
- Morto o cachorro, curou-se a raiva.
- Não é má a morte quando ela leva quem deve.
- Piolhos que morrem na Espanha, no México ressuscitam.
- Antes morto que atrasado.
- O morto se sente pesado somente quando o carregam.
- Erva ruim nunca morre, e se morre não faz falta.

Frases célebres relacionadas com a morte:
- Ciclo é a existência e fazemos mal quando ao querer a medir, fixamos a morte e o sepulcro com extremos.(Manuel Acuña)
  - A morte não é mais do que um acidente da vida universal, a imortalidade os homens inventaram para se consolarem do efêmero de suas vidas.(Dr. Atl)
- Os velórios são para os mexicanos, na realidade mais do que uma ocasião de se enfrentar um futuro inexorável, é a oportunidade de descansar, murmurar e se divertir.(Maria Elvira Bermudez)
- Frente à proximidade da morte, a necessidade de acuar se acrescenta. Morro a cada dia. Não há nada de novo nisso. (José Luis Cuevas)
- Porém, agora o que importa um ano a mais no tempo de um morto? Quisera morrer silenciosamente, sem deixar nenhum sinal, como morre um música, distante como um ouvido desatento.(Calos Diaz Dufoo Filho)
- Não tenho medo da morte porque ela é uma mulher.(Emilio Fernandez)
- Quanto mais erótico se é, mais se tem obsessão pela morte. Erotismo e morte vão sempre de mãos dadas. (Hugo Vega)
- Eu não tenho medo da morte, porém tenho medo ao modo como vou morrer. Quisera fazer como Dom Quixote, sensato e com a alma sossegada “. (Luiz Gonzalez Obregon)
- Aos grãos do trigo sepultados na terra morrerão, já que a morte é a indispensável condição para renascer.(Luis Maria Martinez)
- Morrer não é nada quando se morre pela pátria. (José Maria Morelos y Pavon )
- A morte é um ato infinitamente amoroso. ( José Revueltas)
- Mesmo que seja Jade se quebra, mesmo que seja ouro se rendem e até a plumagem de Quetzal(ave tropical de Guatemala) se desgarre: Não para sempre na terra! Só um breve tempo aqui! (Nezahualcoytl)
- Como uma pintura iremos nos borrando, como uma flor havemos de nos secar sobre a terra, tal qual roupagem de plumas do Quetzal, do Zacuan, do azulejo iremos perecendo.(Nezahualcoytl)
- Chorar teus mortos com um desconsolo tal que parece se não que é eterno. Quem não sabe que no México seguimos ao pé da letra o preceito bíblico de elogiar aos mortos? Aos vivos os elogiamos quando podem nos dar algo.(Amado Nervo)
- Até a morte tratamos os mexicanos como um melado, a envolvemos com uma Tamal nas melosas pétalas de Elote. Nos povos do México as pessoas se juntam para rezar 9 noites pela alma de um defunto.(Octavio Novaro)
- A morte é intransferível, como a vida. A diferença do mexicano é que perante a morte ele se nutre de sua indiferença perante a vida.(Octávio Paz) 

- Ido o Prazer, a morte a quem assusta?(Ignácio Ramirez)
- Teu cadáver vai te alcançar, não tenhas cuidado.(Jaime Sabines)
 - A vida é um passo à morte, nascemos para morrer. (Carlos Trouyet)
 - A morte é o instante em que a mariposa escapa da rede, no nosso corpo a alma está oculta e a morte que te permite ser. A vida e a morte não são dois pólos opostos, senão dois estados conexos entre os quais nem todos os contatos acabam.(José Vasconcelos)
- A morte toma sempre a forma alcova que nos contém.(Xavier Villaurrutia)



6)Vocabulário:
  Panteão – Templo de forma redonda que os antigos dedicavam aos deuses. Edifício sagrado onde se guardavam as cinzas dos mortos.
  Obsidiana – Rocha constituída de material vítreo vulcânico, de que se faziam instrumentos cortantes e espelhos.
  Nahuas – Antigo povo indígena da alta-planície, muito civilizada e teve muitos nomes: Tolteca, Chichimeca e Azteca. Nahua é também o nome do idioma desses povos.

Bibliografia e dados para pesquisa:

WILFRIDO, Du Solier; Ancient Mexican Costume, 1950.
HIGINO, Vásques Santana, El Carnaval (Monografias históricas y folkloricas mexicanas.
SÉJOURNÉ, Laurette; Pensamiento y religion en el Mexico Antiguo.
REDFIELD, Robert; Civilização e Cultura de Folk: estudos da variação cultural em Yucatan.
THOMPSON, John Eric; Historia y religion de los Mayas,1985.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Contexto sócio histórico - Leis de incentivo à cultura no Brasil


(Acabei de finalizar minha Iniciação Cientifica,  pesquisa intitulada: “Um projeto cultural e um cartaz: gênero e endereçamento analisados a partir de conceitos de Bakhtin” e um dos capítulos desenvolvidos,  e que ja apareceu aqui antes, fala sobre o assunto de interesse do meu Blog. Aproveito para expor esse capitulo finalizado e compartilhar com vcs. No final exponho a bibliografia completa usada na pesquisa... Um dia publicarei a pesquisa na internet, mas primeiro vamos a parte mais legal e interessante à todos... Aproveitem, usem, abuse, mas me citem... rs
Cap3. Contexto Sócio histórico: 
(trecho da pesquisa de Iniciação Científica no curso de Letras - USP,  produzida entre março de 2010 e julho de 2011)
No início dos anos 70, mas principalmente nos anos 80, com o final da ditadura e a redemocratização, o Brasil iniciou uma nova fase de desenvolvimento social e econômico, com a necessidade de desenvolvimento regional e ampliação de interesses do estado para as necessidades do povo. Uma das principais vertentes que impulsionava esse novo Brasil mostrou-se a partir das diversas entidades sem fins lucrativos, conhecidas como ONGs, que surgiram e se multiplicaram rapidamente por todo país.
 O fortalecimento da sociedade civil no Brasil começa no período de ditadura militar, na década de 1970, mesmo com as restrições impostas pelo Estado à participação e à liberdade de expressão dos cidadãos. Pequenas iniciativas foram sendo gestadas pela sociedade civil, buscando espaços para a manifestação e reivindicação, frente ao Estado autoritário. (MOTTER, 2006, p. 30).
O aparecimento de milhares de instituições por todo país gerou uma nova necessidade de investimentos, para que as instituições que realizavam trabalhos sociais em comunidades periféricas pudessem desenvolver projetos nas mais diversas áreas (TURINO, 2009, p.133). O novo setor econômico, o chamado Terceiro Setor, é responsável pelo desenvolvimento de ações sociais baseadas principalmente no recebimento de investimentos para projetos, muitos deles vinculados à cultura. A rápida expansão do Terceiro Setor trouxe ao Estado a necessidade de organizar a distribuição de investimentos, principalmente em relação a atividades ligadas à cultura. Uma das alternativas encontradas pelo governo federal foi a implantação de leis de incentivo à cultura que regulassem essa distribuição. “As leis de incentivo à cultura que foram criadas no Brasil espelham essa tentativa de criar um Terceiro Setor com nova roupagem, com Estado e Empresa Capitalista esboçando movimentos de parceria.” (COSTA, 2006, p.10)
É importante lembrar que durante o período da ditadura militar, entre os anos de 1964 e 1975, principalmente no período de vigência do cerco do AI-5 de 1968 a 1972, a cultura brasileira foi reduzida e censurada pelo governo.

Logo após o golpe, os militares desencadearam forte repressão aos setores da produção cultural que mantinham algum tipo de vínculo com os movimentos populares politicamente organizados como era o caso dos Centros Populares de Cultura, criados pela UNE. Com o AI-5 passaram a censurar e reprimir todo tipo de atividade cultural. (FRANCO, 1997, p.11)
De acordo com Franco, a intenção da ditadura era “calar a voz da sociedade (...) desejava estabelecer um verdadeiro ‘vazio cultural’, criando um estado de indiferença das massas” (FRANCO, 1997, p.13).  A dissolução da ditadura foi promovida com apoio de muitos artistas. A cultura brasileira parecia entrar numa nova época, onde artistas espalhados por todo país retornaram a produzir cultura de alguma maneira. O início de uma nova política cultural era uma necessidade básica no país. “Na década de 1980 em quase todos os países da América Latina, tem início um processo de democratização. Esse processo teve a participação das ONGs, que já faziam muitas reivindicações (...) (MOTTER, 2006, p. 30).
Outro ponto de grande relevância na construção de uma crescente economia cultural no Brasil foi a rápida expansão da indústria cinematográfica brasileira. Nos anos 70 o número de salas de cinema no país era ínfimo. “No período da ditadura diversas salas foram fechadas ou mesmo desativadas. (...) A partir de 2000 com o advento da Lei do Audiovisual houve uma retomada na produção de filmes de longa metragem.” (OLIVEIRA, 2007, p. 03) De acordo com a pesquisa realizada por Oliveira, em 1995, os investimentos deste setor não passavam dos 5 milhões de reais ao ano. Já em 2003, três anos após o advento da Lei do Audiovisual, o investimento anual em cinema já ultrapassava os 70 milhões de reais.
Inspirado por programas desenvolvidos em outros países, José Sarney criou em 1972 um projeto de lei, aprovado apenas em 1986 como a lei federal 7.505/86, que visava o incentivo de “conceder benefícios fiscais, na área do Imposto de Renda, a toda operação de caráter cultural ou artístico.” A Lei Sarney previa além do benefício a instituições sem fins lucrativos, também o incentivo a empresas produtoras de fins culturais e com fins lucrativos e para proponentes pessoa física (MACHADO NETO, 2004). O caráter democrático da lei instituída possibilitou a qualquer brasileiro nato desenvolver alguma forma de arte, apoiado com recursos financeiros geridos pelo Estado. Porém, em 1990, já na gestão de Fernando Collor de Melo, o Ministério da Economia pediu a revogação de diversas leis por suspeita de desvio de verbas, entre elas a Lei Sarney. O então presidente “não só cassou os incentivos fiscais, como também Fundos Públicos, deixando a classe cultural sem ter para onde correr” (OLIVIERI, 2006, p.83)
A Lei Sarney foi substituída em 1991 pela Lei 8.313/91, conhecida como Lei Rouanet ou Lei de incentivo federal à cultura. Desde então muito aconteceu na esfera cultural brasileira.
O grau de dificuldade dessas mudanças (socioculturais) pode ser medido pelos acertos e erros que as primeiras leis de incentivo promoveram, como falta de clareza em seus objetivos; parca fiscalização dos processos e falta de controle dos resultados; identificação dessas iniciativas com área de marketing das empresas, despreparo dos segmentos mais necessitados para os processos de captação de recursos e falta de informação a respeito de empresas e organizações sociais interessadas nessa parceria. (COSTA, 2006, p.10).
Anualmente centenas de projetos culturais são inscritos em mecanismos de leis de incentivo à cultura nos quatro cantos do país. A política cultural no Brasil, bem como o incentivo a novas possibilidades de viabilização da produção cultural, tem sido assunto de grande importância na construção social brasileira. De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura em 2008, calcula-se que em média doze mil novos projetos culturais candidatam-se ao certificado oferecido pelas leis de incentivo à cultura vigentes no país anualmente. Os dados informam que os investimentos, apenas com o mecanismo da lei Rouanet, evoluíram de 111 milhões de reais em 1996, para mais de 1,2 bilhões de reais em 2007.  Outra pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura demonstrou que a cultura em 2003 era responsável por 9% em média dos gastos das famílias brasileiras, chegando a quase 14% em 2008, perdendo apenas para necessidades básicas como alimentação, transporte e moradia (IBGE, 2003).
 Aliado a esse panorama federal, temos os mecanismos das esferas governamentais menores, como as leis de incentivo à cultura estaduais e municipais. A cidade de Vitória (ES) foi pioneira na criação de uma lei de incentivo cultural em âmbitos municipais, seguida, meses depois, pela criação da lei municipal na cidade de São Paulo. Logo depois, no ano de 1992, o estado do Rio de Janeiro criou a primeira lei estadual de incentivo à cultura estadual. Até 2003, dezessete estados do Brasil contavam com lei de incentivo de âmbitos estaduais e municipais (OLIVIERI & NATALE, 2003, p. 72). Hoje, de acordo com dados do Ministério da Cultura, estima-se que vinte e quatro estados brasileiros já dispõem de algum tipo de mecanismo estadual de incentivo fiscal à cultura. Os números totais relativos aos municípios ainda é desconhecido, mas estima-se que todas as capitais estaduais já dispõem para a população algum tipo de lei de incentivo à cultura. 
Apenas no ano de 1996, o estado de São Paulo regulamentou a lei estadual de incentivo à cultura, a lei 8.819/94, também conhecida como LINC (Lei de Incentivo à Cultura). Porém no ano de 1999, a lei foi “engavetada” e nenhuma ação cultural pode utilizar seus benefícios. Até que, em 2006, após muitas manifestações e pedidos de artistas e diversas entidades ligadas à cultura, a regulamentação de uma nova lei estadual de incentivo à cultura aconteceu. O programa de incentivo à cultura do estado de São Paulo, o PAC (Programa de Ação Cultural), regulamentado pela lei 12.268/2006, foi chamado a partir do ano de 2007 de PROAC para que não houvesse coincidência com o programa de economia federal, homônimo, lançado pouco tempo depois. A nova lei paulista trouxe um caráter inovador às leis de incentivo à cultura em todo país por meio da informatização digital para a inscrição de projetos, proporcionando uma maior democratização de acesso de informações, com os trâmites via internet (RODRIGUES, 2002, p. 02).
Essa nova vertente econômica social de incentivo à cultura, além de gerar dezenas de novos postos de trabalho e implementar a cultura no Brasil com investimentos, trouxe também a necessidade de uma nova linguagem específica para o novo setor econômico que surgia.  A necessidade de um novo tipo de profissionais para o mercado cultural gerou a necessidade de qualificação acadêmica e técnica. Principalmente nos estados do sudeste e nordeste, diversos cursos livres, cursos de graduação e de pós- graduação surgiram nos últimos 10 anos refletindo a nova vertente social e econômica proporcionada pela multiplicação das leis de incentivo à cultura. Consequentemente surgiram também novas publicações, desenvolvidas para orientar e facilitar a criação e a gestão destes projetos culturais. Por este motivo achamos imprescindível uma pesquisa que buscasse entender a composição textual destes projetos culturais, como estes dialogam com a sociedade e com o público alvo a que se destinam. 
5 Referências Bibliográficas
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BAKHTIN, Mikhail. O freudismo. São Paulo: Perspectiva, 2001[1928?].
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. 5ed. Trad. Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010[1963].
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética. São Paulo: UNESP, 1993.
BARRAS, Bernard. “As várias concepções da cultura e seus efeitos sobre os processos de mediação cultural.” IN: Arte / educação como mediação cultural e social. BARBOSA, Ana Mae & COUTINHO, Rejane (Org.). São Paulo: UNESP (FEU), 2008. P. 23-52.
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BRAIT, Beth. Bakhtin, dialogismo e construção de sentido. 2 ed. Campinas: Ed. UNICAMP, 2005.
BRAIT, Beth. Bakhtin e o círculo. São Paulo: Contexto, 2009.
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TODOROV, Tzvetan. Mikhail Bakhtine. Le Prince dialogique. Paris, Editions Du Seuil. 1981.p. 181 – 215;
TURINO, Célio. Ponto de Cultura: o Brasil de baixo para cima. São Paulo: Anita Garibaldi, 2009.

Outras fontes:
NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
LEI 12.268/2006 Disponível em Secretaria de Estado da Cultura. São Paulo. 2006. <http://www.cultura.sp.gov.br/StaticFiles/SEC/proac/LEGISLACAO%20marco%2010.pdf > acesso em 10 de agosto 2010
LEI SARNEY - LEI No 7.505, DE 2 DE JULHO DE 1986. Brasília. 1986. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7505.htm > acesso em 28 de agosto de 2010.
MACHADO NETO, Manoel M. Marketing e Cultura: comunhão de bens. São Paulo. 2004. Disponível em: <http://www.marketing-e-cultura.com.br/website/pratica/prat001-b.php?cod_artigo=17> acesso em 28 de agosto 2010.
Relatório anual MINC IBGE 2003– SELEÇÕES PUBLICAS DO SISTEMA. Brasília.  2008. Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/08/relatorio-anual-editais-2008.pdf> acesso em 12 de setembro 2010.
Relatório anual MINC IBGE 2005 – SELEÇÕES PÚBLICAS DO SISTEMA. Brasília.  2008. Disponível em: < http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2008/04/indic_culturais2005.pdf > acesso em 12 de setembro 2010.
RIBEIRO, Felipe. Estudo sobre a indústria cinematográfica brasileira. 2007. Site Ministério da Cultura. Disponível em: < http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2007/11/cinema-site.pdf > acesso em 12 de setembro 2010.
RODRIGUES, Leonardo. Estado de São Paulo não tem lei de incentivo cultural. IN: Cultura e Mercado. São Paulo. 2002. Disponível em: <http://www.culturaemercado.com.br/noticias/estado-de-sao-paulo-nao-tem-lei-de-incentivo-cultural/> acesso em 28 de agosto de 2010.