quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Reflexões sobre a lei Rouanet nos primeiros anos

O post é pequeno, mas faz parte das reflexões que tenho feito pra minha pesquisa de mestrado. O texto foi escrito num tom informal e partiu de um post no facebook de um amigo. Esse tom informal deve continuar nessas reflexões do meu blog propositalmente, assim consigo desenvolver melhor meu pensamento para a pesquisa e ativar minha escrita. Vamos ao texto...

 Foi no governo FHC que a Lei Rouanet priorizou seu perfil de mecenato. Já existia o FNC mas FHC e sua corja liberal fizeram questão de burocratizar o FNC e exaltar o mecenato e com isso levantar a bandeira do mercado assumidamente. Basta ler os textos do Weffort da época e recentes. Defendiam o mecenato com unhas e dentes como se fosse a libertação contra a ditadura e a opressão. FHC implementou na Rouanet a figura do captador. Deu força pra ele ampliando a porcentagem de 5% pra 10% e dificultou muito a inscrição de projetos. Na época do FHC era quase impossível escrever um projeto cultural. Reprovavam projetos por conta de vírgulas!!!! Eu já trabalhava com produção cultural nessa época, cheguei a tentar aprovar um projeto, era absurdo. Tínhamos que levar o texto do projeto para assessores no MINC e eles faziam correções gramaticais extremamente desnecessárias. A cada erro no texto o produtor tinha que voltar pra casa e reescrever. Demorava meses pra conseguir fazer que um projeto entrasse no MINC. Era quase uma tese e não um projeto!! Violência simbólica era pouco. 
Foi também no Governo FHC que alguns critérios elitistas e da ordem da exclusão cultural foram incluídos nos critérios da lei sempre visando ampliar o alcance das artes de elite e de projetos escritos pelos ditos "cultos". O próprio conceito de cultura dado pela lei Rouanet, que já é por si totalmente liberal e voltado pra elite denuncia isso. 
Apenas na gestão Gil / Lula que a cultura dita popular pode ser contemplada com a lei. Os decretos iniciais da fase Gil realmente traduziam o jargão da gestão federal "Brasil para todos". Além de terem dado maior importância a projetos desenvolvidos por minorias, facilitaram a inscrição de projetos. O número de projetos inscritos em media saltaram de 3 mil (no ultimo ano da gestão Weffort) para 7 mil (no primeiro ano da gestão Gil). Sem contar as centenas de editais criados e o maravilhoso programa Cultura Viva, a meu ver o melhor programa de políticas públicas de cultura criado em toda a história desse país!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Reflexões sobre a eleição 2012: PT na prefeitura?


Postei esse texto no meu facebook no dia de hoje, mas por uma questão de segurança, achei melhor postar aqui no meu blog. Nunca se sabe quem vai ler ou mesmo quem são os reais leitores do Facebook.

Esse texto não é nem um ensaio, é um depoimento, tosco as vezes. São reflexões pessoais minhas baseadas, recortes, devaneios, tirados da trajetória da minha pesquisa de mestrado que ainda está na fase inicial. Por enquanto já li muito, mas só escrevi o primeiro capítulo e começo a escrever o segundo que deverá tratar com maior profundidade dos conceitos de cultura e políticas públicas.
Vamos ao texto inicial...

Desde o começo do processo eleitoral eu estava num big dilema. Votar no Gianazzi um cara que sempre gostei a partir das ações que ele tem feito esse últimos anos junto com o pessoal da cultura ou votar no PT pra tentar não deixar o Serra ganhar. Eu estava nesse dilema, mas agora sei que votarei no Haddad não por ser voto útil.
Depois de tudo o que tenho pesquisado esse ano no mestrado, cheguei a conclusão de que em termos de políticas públicas o PT foi o único governo na historia do Brasil (falando a nível federal) mesmo a fazer algo realmente bom pro povo, com viés democrático, sempre procurando melhorar, lançando decretos cada vez melhores na área da cultura (mais editais e menos mecenato na área da cultura).
Na área de educação, confesso que não concordo muito com o Prouni, pois sei que é um projeto privatista que dá dinheiro público ao ensino superior privado, mas muitas novas universidades federais foram implantadas nos anos Lula para algumas pessoas que dificilmente conseguiriam ter acesso ao ensino superior. Posso dizer que os resultados da gestão PT no Federal, e no municipal (gestões Marta e Erundina) dentro nas minhas áreas foco da pesquisa que são políticas públicas e legislação de cultura e educação foram muito positivos. Tentei achar problemas, mas os pontos positivos superaram e muito os negativos em todos os casos. Antes deles só tivemos governos muito do mal!!! Os resultados da fase PSDB no federal e estadual e do Kassab no municipal são assustadores. Neoliberais até o osso. Zero em termos de políticas públicas efetivas. Muito patrimonialismo na área da cultura, e em todas as áreas muitas terceirizações e muita verba pública escoando pro setor privado. Não posso dizer ainda que o PT tem o governo ideal, mesmo porque a gestão Dilma não tem sido das melhores (principalmente na área da cultura com a já carta fora do baralho a pseudo cantora ministra Ana de Hollanda) mas perto dos outros que estão no páreo para o segundo turno não tenho nem dúvidas quanto ao que poderia ser melhor. Votarei no Haddad para prefeito e bem feliz com isso. Ele deve trazer verbas do federal pra SP (ficamos anos sem alguns repasses por conta da treta Kassab /PT) recolocar a cidade de SP no mapa do Brasil e é essencial que ele ganhe, assim poderemos ter a chance de espirrar os tucanos pra fora do estadual com maior facilidade. Votarei 50 (legenda) para vereador e quem sabe colocar alguém legal do PSOL na Câmara municipal. E pra vc que ainda acha que o mensalão é um problema... procure saber mais sobre a corrupção dos outros partidos em jogo... garanto que o mensalão vai parecer fichinha perto dos escândalos abafados pela mídia.

Algumas reflexões sobre os questionamentos feitos após meu texto inicial:
O caso do pro uni é em relação ao estado mínimo. Nessa situação tira-se verba do Estado para repassar ao setor privado. O certo seria investir essas verbas do prouni na criação de mais universidades públicas e de mais vagas para todos. Quer dizer o estado tem responsabilidade mínima em relação a educação e passa a responsa para o setor privado. Por isso eu não concordo com o Pro uni... esse sim é um projeto ruim... E nem sei se ampliar para (apenas) 10% do PIB pra educação seria realmente eficaz já que nosso problema na educação vai bem além de verbas. 

Em relação á cultura no estadual e municipal minha pesquisa apontou uma tendência muito patrimonialista. Verba para patrimônio, muitas vezes verbas para suprir os próprios projetos internos, casas de cultura, museus, imóveis tombados etc e por outro lado pouquíssima verba para música, por exemplo, a não ser pra projetos internos como OSESP, Santa Marcelina,  Guri, ULM e afins) que recebem diretamente como OS ou são apadrinhados diretamente pelo governo como potenciais para patrocínios em troca de favores político (pratica cada vez mais normal porém não menos absurda). No municipal o único bom projeto, digo democrático, na área de cultura é o VAI que não por acaso é de um vereador do PT e sancionado pela Marta Suplicy. Enquanto isso a lei Mendonça, o mecenato municipal é vergonhoso. Além de ser a ferramenta mais tecnocrata no pool das leis de incentivo não incentiva mais do que uns 10 projetos / ano e quase sempre ligados ao ideal patrimonialista.
 Minha pesquisa é nas áreas de cultura e educação, não parti para o social (apesar de falar um pouco disso), muito menos para o Agro e nem para o econômico (apesar de também falar disso), apesar que tenho que admitir de que tudo estar interligado (sempre). Relatei minha experiência na pesquisa em cultura e educação que são áreas em que atuo principalmente na cultura pois é aí que estão meus pares e é aí que posso discorrer e analisar profundamente.
Me falaram aqui que pro PT cultura é pão e circo, na linha do entretenimento. Discordo. De acordo com a pesquisa, pro PT cultura (durante a gestão Gil e Juca) não era apenas entretenimento, não apenas indústria cultural, isso foi uma herança das fases FHC e Itamar. A lei Rouanet é uma lei da indústria cultural e é uma lei dos liberais. A parte da lei 8313/91 eu fala do mecenato é uma lei de incentivo ao Marketing cultural. O PT desde o início buscou mudar a Rouanet tanto que foram eles juntos ao PC do B que lutaram para termos a nova lei PROCULUTURA (atualmente em trâmites na área de finanças do governo).
È importante lembrar que tivemos 2 anos de ouro da gestão Gil onde todo mundo aprovava projeto. Aprovavem de baciada. Era bem complicado. Eu critiquei muito isso na época. Defendi até que se deveria normatizar mais e hoje me arrependo. Mas de certa forma era complicado pois qualquer um aprovava, mas poucos captavam e desses poucos sabiam realmente como fazer a gestão daqueles projetos elefantes brancos. Se o projeto era reprovado era porque não era legal mesmo, ou porque fugia do escopo de cultura previsto pela lei, ou porque era do escopo de outro ministério (como os projetos de esporte, meio ambiente e turismo que viviam caindo no MINC nessa época) ou mesmo porque era claramente um produto da indústria do entretimento. Quer dizer não era reprovado porque era difícil de escrever. Porém o MINC seguiu os ideais do Juca, economista e acabou indo um pouco mais pro lado tecnocrata.
 A primeira tentativa de mudar mesmo a lei veio em 2006, um decreto do Juca, apesar de ainda ser o Gil no comando, foi tecnocrata demais, apenas buRRocratizou ainda mais o processo (aquele maldito decreto foi traumatizante). Complicou tudo, uma violência simbólica das grandes. Eles perceberam isso logo em seguida. Tentaram mudar pra algo mais fácil... Mas aí veio a Salic Web de supetão em janeiro de 2008 (outra violência simbólica e das grandes).  Inscrever os projetos de um dia pro outro num sistema inoperante online. pois é... Porém o MINC, por outro lado, criou dezenas de projetos pra reverter a verba de mecenato para editais e distribuir melhor a verba como por exemplo o Cultura Viva (conhecido pelos Pontos de Cultura). Aliás recomendo muito a leitura do livro "Pontos de cultura: o Brasil de baixo para cima" do grande mestre Celio Turino antes de qualquer pessoa falar mal da gestão MINC no governo Lula... E esse projeto, assim como outros voltados inclusive à diversidade cultural, não foram nem um pouco pão e circo. Foram projetos sustentáveis de vários tipos e áreas. Acho que essas duas fases MINC  da era Lula foram o que de melhor tivemos em termos de produção cultural no Brasil. Tentaram varias vezes melhorar e melhorar. E por conta da tecnocracia daquele decreto de 2006 acabaram indo pra um sentido oposto na fase Juca, criando editais onde a inscrição cada vez ficava mais fácil. Que muitas pessoas poderiam formatar um projeto. Possibilitaram que a cultura fosse viva de fato.
Pena que da fase Ana de Hollanda não posso dizer o mesmo. Foram 2 anos negros dentro do MINC. Essa entrará pra história como a mulher que vendeu a alma por causa de direitos autorais. Só pensou nessa lei dos direitos autorais em seu favor nos quase 2 anos que ficou por lá. Maldita. Só pensou no patrimônio da família e nos amigos Vips. Mas dela nem gosto de falar. Fui um tropeço na vida da Dilma e dos piores. Relevemos por enquanto.
Tem mais sobre tudo isso na minha pesquisa, páginas e páginas que estão se multiplicando, quem sabe um dia eu publico... Sei que ainda vou falar bem mais de muita coisa. Só foi o primeiro capítulo. Imagina quando chegar no quinto...
Bom, tudo o que falei não foi ‘achismo’, foi na base de pesquisa suada. Posto junto aqui parte da minha bibliografia pra ajudar quem quiser se aprofundar. Mas tem partes mais contemporâneas da pesquisa que a única fonte sou eu mesma que senti na pele cada decreto, cada discurso de ministro tomando, posse, cada reunião no salão nobre da SEC, entre outros processos e situações que vivi bem de perto nesses mais de 10 anos nesse meio da cultura.  
Recomendo também a leitura das diversas pesquisas sobre o assunto que podem ser encontradas nos anais do Encontro Nacional dos Estudos de Cultura da UFBA. Tem muitos textos bem legais lá. Usei bastante. Pesquisadores incríveis como Lia Calabre, Antonio Rubim, etc. Recomendo muito. Geniais.
Mas continuemos a reflexão...
Me falaram que não dá pra analisar um país apenas pelo viés da cultura e da educação. Sei que o país é um todo, mas, além de serem áreas do meu interesse e de muitos dos meus amigos, tb acredito que cultura e educação são pilares de uma boa política. O problema da educação vai bem além da verba... muito além... o problema não é só o mal salário dos professores, o problema começa bem antes de termos professores nesse país.
Também me questionaram sobre a corrupção dentro dos órgãos de cultura que por acaso não devem ser isolados, já ouvi várias historias desse tipo, independente de partidos, mas que são problemas dos gestores desses órgãos e dos governos vigente (claro que se leva muita grana da cultura como inclusive desconfio que aconteceu em SP em 2010 no Proac). Acredito que isso acontece infelizmente em vários lugares do Brasil. Se acontece em cidades aqui do lado imagine por aí... No MINC existe uma auditoria interna do Ministério público muito atuante desde a gestão do Juca, que por acaso já pegou alguns esquemas fortes de lobby lá dentro. Mas como o povo da cultura é ultra mega super cabreiro, e atuante lá dentro, cada podrinho vira podrão rapidinho. Eu já frequentei muito os corredores do MINC, da SEC (estadual e municipal). Conheci do peão ao Ministro. Já ouvi as lendas mais surreais (sou daquelas que adora ficar horas batendo papo com funcionários de carreira, aqueles que tão há mais de década lá dentro). E estas são as melhores histórias, as realmente verdadeiras. Politicagem tem em todo lugar. Os partidos e os ministros passam esses funcionários de carreira ficam. São os que sabem das coisas.
 Minha pesquisa já tem mais de 10 anos, acho que por isso de cultura posso falar um pouco, mas ainda falta muito. Quanto mais cavo esse buraco mais lodo eu encontro. Nas férias partirei para as vias de fato, mexerei com as leis linha a linha e poderei trazer mais dados.
Voltando a educação, quanto aos 10% pra educação sou totalmente a favor, mas acho que é pouco! Pelas pesquisas atuais precisaríamos de pelo menos o dobro disso e uma mudança realmente radical, realmente significativa na educação pra começar a melhorar. Precisariamos mudar também toda a ideologia do país. Isso acho que seriam bem mais difícil. Mas a questão da verba também é um ponto a considerar. Por exemplo, um aluno nos EUA tem um investimento 7 vezes maior do que no Brasil e lá ainda acham que algo está errado na educação já que os ricos aprendem e os pobres não (Mestre Bourdieu me ajude nessa)... bom, o pepino é gigante...vai vendo... até em países bem menores e com mais problemas econômicos bem piores que os nossos o problema da educação é menor. O Brasil é grande demais e diverso demais e por isso a educação é um problema que parece impossível de resolver... quer dizer vai muito além da pedagogia... vai muito além da cultura... O Brasil é jovem e muito diverso. E mais começou a lidar com uma espécie bem estranha de democracia (dita liberal) há pouco tempo. Essa diversidade brasileira ainda é um problema que está sendo pensado na academia, porém já tivemos alguns avanços em termos de política. Só a partir da gestão Lula que começou a ser observado... Se fosse ao contrário não teríamos alguns programas tão criticados como o próprio bolsa família. O jargão "Brasil para todos" não foi por acaso. Apesar de eu criticar que ainda faltou muito pra ser realmente de todos (e acho que ainda precisaremos de uns 10 Lulas pra começarmos a chegar perto de algo mais ou menos ideal) não pude na minha pesquisa  não admitir  que houve ação para que começasse a ser mais democrático. Perto dos governos anteriores o fator democrático foi infinitamente maior. Não foi só marketing não (eu achava isso até fazer a pesquisa e busquei resolver isso e muito). Sei que alguns poderão discordar de mim por conta de algumas políticas feitas em outros setores, mas na cultura tenho certeza que ao e tenho zilhões de pesquisadores que concordam comigo pra me apoiar nessa constatação.
Essa questão me intrigou muito na pesquisa esse ano, precisei de um mês de ‘break’ na escrita e ler mais algumas trocentas páginas pra chegar nessa constatação. Pesquisei tanto disso que já é um mote pro meu futuro doutorado (que aliás já comecei a pesquisa) onde linkarei à questão da cultura também a questão da língua e da educação...
Na educação o buraco é bem mais embaixo. Nem Freud e nem Bakhtin explicam... duvido! Enquanto os pedagogos das linhas diferentes continuarem brigando entre si esse esquema burro de educação por idade e uniforme vai imperar. Educação é muito mais do que isso... Ensinar é muito mais do que isso e aprender mais ainda... o problema é que estamos indo cada vez mais pro viés neoliberal de educação, não só aqui mas é uma tendência mundial. Principalmente por causa das escolas particulares (esquemas anglo e COC da vida). No caso do ensino de língua portuguesa, o PNLD e os PCNs também mostram essa mesma briga burra entre linhas ideológicas de ensino da língua... Vai sair um artigo meu sobre isso esses dias chamado “Das políticas públicas de educação ao livro didático”. Entre muitas coisas falo estruturalistas e funcionalistas se degladiando pelo poder e os bakhtinianos correndo por fora tentando apagar o fogo... aí vira aquela maçaroca de gêneros do discurso mal dados que fariam os tios Bakhtin e Voloshinov se revirarem no tumulo...

BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ser ou não ser nos tempos da existência líquida digital

(publicado originalmente como capítulo do livro "Nosso Ato responsável" da Pedro & João Editores, a partir de uma reflexão feita para o Rodas Bakhitinianas 2012 promovido pela GeGe - UFScar).

O sujeito do século XXI é o reflexo de um mundo individualista e cimentado pelo sistema. Ao mesmo tempo em que vive no social, no nós, o sujeito em seu simulacro busca a todo custo mostrar seu eu e com isso se contrapor ao poder do outro. O mundo competitivo em contraponto ao humano. O ato ético na contemporaneidade aparece envolto pelo senso estético que o mundo atual demanda.

O sujeito contemporâneo fragmentado pela somatória de comportamentos e de influências sociais das mais diversas perde sua personalidade. O viés neoliberal que nos circunda no contemporâneo é regido pela esfera econômica e com isso o sujeito tem dificuldade de exercer sua autonomia. A indústria cultural assola ideologias. O enfraquecimento da autonomia a partir do senso comum de um mundo voltado para o sistema onde o que importa é produzir, lucrar, consumir, trabalhar sem parar, onde o sujeito é um mero peão do sistema também torna o sujeito desresponsabilizado pela própria conduta. O sujeito contemporâneo se veste de simulacros da indústria cultural. A construção de ethos do sujeito é regida pelas tendências da indústria cultural e pelas regras sociais impostas pelas mídias de massas. A internet auxilia na construção desses simulacros. O real life confunde-se com a vida em si. O sujeito do facebook prefere acreditar que aquele avatar construído por ele é realmente seu eu. Parece melhor e mais fácil acreditar nesse simulacro digital do que tentar entender o seu próprio eu. Aquele sujeito que escreve a partir de um simulacro de um avatar reflete na internet uma ideologia de seu eu tipificado e cria seu simulacro de acordo com as tendências da industria cultural.

Hoje o sujeito vive o nós, o coletivo, em seu ambiente de trabalho. As correrias da vida no mundo contemporâneo reduzem o universo do homem urbano ao seu mundo do trabalho. Ele acorda e dorme trabalho. Quando está em seu escritório ele acredita estar vivendo o nós. A coletividade do escritório confunde-se com a coletividade da cerveja com os amigos no fim do expediente.  O assunto nos dois espaços sociais do sujeito contemporâneo quase sempre são frutos da indústria cultural. Seja a novela das oito ou o jogo de futebol do seu time, ou mesmo a política atual, todos os assuntos são regidos pela indústria cultural. É a ideologia da indústria cultural que diz o que deve ser falado, o que deve ser pensado. Quase sempre opinião desse sujeito acompanha o que o jornal de grande circulação escreveu em seu artigo de opinião do dia anterior, ainda que esse sujeito nem leia jornal. A ideologia do cotidiano regida pela indústria cultural. O dialogismo ocorre entre o jornal do dia, os assuntos no escritório, a nova lei assinada pelo governo, a revista de fofoca da semana, o programa de TV mais assistido e o que se está falando no Facebook. Os enunciados da vida são assuntos na mesa do bar no fim do expediente. A ideologia é regida por regras claras das mídias de massa e o sujeito atua mesmo sem saber como continuação da linha de produção da indústria cultural.

O controle operacional da vida já aparecia nas entrelinhas dos produtos da indústria cultural no século XX. Como na cena do filme de Kubrick “2001 uma odisseia no espaço” onde o sujeito já perdido entre o que foi um dia e o que as máquinas a sua volta o transformaram, um simulacro de sujeito. Outro bom exemplo vemos no filme “The Wall” da banda Pink Floyd, onde as crianças são transformadas em pequenos operários, em robôs do ensino. A indústria cultural e a massificação das mídias ditando as regras sociais, as modas, o senso comum e providenciando que a informação se espalhe ainda mais rápido: consuma, seja, conquiste! Essa competitividade da contemporaneidade aliada à velocidade da informação faz com que a cada nova geração a trilogia ‘consuma, seja, conquiste’ se torne ainda mais forte. O eu sobrepondo-se cada vez mais sobre o nós. A deterioração das relações pessoais incidindo na personalidade, trazendo cada vez mais a impessoalidade. O coletivo dá lugar aos interesses pessoais em função do consumo.

A internet ainda que nos traga uma sensação de democratização da força social pode ser também uma ferramenta de construção de simulacros ainda mais perigosos. Uma força que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal do social. Os verbos ‘trollar’, ‘flodar’, e expressões como ‘dar unfollow’ são largamente utilizados pelos usuários das redes sociais. Todas usadas como formas de ameaças e atitudes negativas de socialização na internet. O simulacro criado a partir de avatares seja em forma de nomes sem ligação com personas do mundo real, ou mesmo fotos que não denunciam a identidade do sujeito, possibilitam que essa violência virtual seja ainda mais possível.

A internet, como já dissemos, ainda que traga uma carga democratizadora ao social também possibilita o fortalecimento de arenas virtuais de batalha pelo poder e na maioria dos casos ligados ao fator cultural. Casos como dos debates sobre o que aconteceu no bairro do Pinheirinho em São José dos Campos no final de 2011 são uma clara imagem do poder da internet de gerar grandes arenas, neste caso de luta política. O signo ideológico ou como chamam na internet a  hashtag #Pinheirinho permaneceu por vários dias entre as mais citadas do site twitter. Bastava clicar sobre a hashtag em qualquer página para cair numa arena de lutas ideológicas das mais assustadoras. A hashtag #Pinheirinho poderia levar o sujeito a uma arena onde aconteciam desde pedidos de ajudas de moradores do bairro sitiado em tempo real, a pessoas criticando a atuação do governo, a pessoas apoiando o governo, a brigas pessoais sobre pontos específicos sobre o assunto e até a adolescentes que utilizavam a tal hashtag em frases sem sentido algum com o contexto apenas para se divertir um pouco. O poder da internet de possibilitar que um assunto extrema seriedade e de enorme importância social e política se transforma-se num jogo de adolescentes, ou mesmo discussões fortíssimas sem que nada acontecesse com qualquer uma das partes envolvidas. Num só clique aquilo tudo poderia ser apagado.E ainda que alguém desse um “print” e salvasse aquelas discussões assustadoras seria difícil que alguma ofensa de cunho pessoal pudesse afetar a algum dos atores envolvidos na arena.
A responsabilidade de cada enunciado na internet torna o ato ético fragilizado. Com apenas um clique podemos perder totalmente seu valor institucional. Ainda que no ato da produção de cada enunciado cada frase, cada signo ideológico tivesse atingido o outro de alguma maneira, na esfera institucional, ou no tal mundo do direito, raramente um enunciado poderia afetar algum dos envolvidos. Com isso o ser na internet atua seguro dentro de seu simulacro. Se desresponsabiliza pelo que enuncia.

Neste mundo novo onde a arena de informação vai muito além das televisões, dos rádios do século XX, a produção cultural acaba dialogando com as novas tendências. O artista, aquele que transita entre a vida e a arte, no século XXI surge de dentro de um simulacro envolvido pelo que é delegado pela indústria cultural e mostra não apenas o que a vida o faz produzir mas sim o que o mercado o faz produzir. A produção de cultura no Brasil vive esse paradoxo. Como produzir arte, arte criativa, sem amarras, num Brasil que cada vez mais se entrega às demandas da industria cultural? Como produzir arte no Brasil onde as novas gerações estão entretidas com produtos tecnológicos e novidades digitais que se renovam a cada dia?

Uma das principais características da cultura ocidental é a busca pela autonomia da informação. A cultura seja ela vista como fator civilizatório ou como a conservação da produção criativa de um dado povo é de alguma forma uma busca pela autonomia da informação. Porém graças aos interesses da indústria cultura o caminho tem sido justamente o inverso.

Desde o advento das leis de incentivo à cultura no Brasil nos anos 80 o produtor de cultura brasileiro, seja ele o artista, o artesão, o ator, o músico, vive no paradoxo entre viver de arte ou viver para criar a arte. As leis culturais no país surgiram no início do período de redemocratização, onde a liberdade era evocada como uma possibilidade para a produção artística no Brasil de maneira livre após tensas décadas de poderio militar (leia-se era Vargas mais período de ditadura pós 64). Porém essas leis culturais traziam junto com a ideia de liberdade criativa também o viés neoliberal agregado onde a liberdade ofertada tinha um preço, o de entregar-se aos caprichos da indústria cultural.

O viés liberal das leis de incentivo à cultura no Brasil e o vinculo destas leis com o patrocínio de empresas privadas obriga o artista a produzir uma arte voltada aos interesses do mercado. A arte vira um produto de consumo. O patrocinador que paga para que essa arte possa ser produzida tem o poder de cuidar do processo de criação de perto durante a execução de um projeto cultural. Na contemporaneidade arte e vida continuam não sendo a mesma coisa, mas na unidade da responsabilidade do artista nem sempre se tornam uma coisa só, pois é a indústria cultural que rege a arte no século XXI. O artista se torna uno com as demandas da indústria cultural que são regidas pelas mídias de massa e as infinitas pesquisas sobre o consumidor.

Esta tendência também pode ser observada no âmbito político. As propagandas eleitorais seguem estética do vídeo clip. Slogans, figurinos, cortes de cabelo, inclusive pequenos detalhes como logo marcas dos partidos e cores atuam fortemente como signos ideológicos regidos pela indústria cultural. A campanha de Barack Obama foi um bom exemplo dessa massificação política utilizando estratégias estéticas da indústria cultural. Nas atuais eleições, mais especificamente na cidade de São Paulo também podemos observar essa tendência, chegando ao ponto de um dos principais candidatos utilizar como música de campanha um dos maiores sucessos da indústria cultural brasileira das últimas décadas.

Ser um apocalíptico ou um integrado, ser um autor-criador ou um autor-contemplador no século XXI pode ser bem diferente do que era no não tão distante e analógico século XX. A velocidade das mudanças sociais ampliado pela nova dimensão digital ainda nos traz diversas questões. O que nos parece muito provável é que nas próximas décadas ainda não seja possível responder a todas elas.  Porém o que nos parece claro é que as novas gerações estão cada vez mais a mercê desta indústria cultural regida pelos monopólios corporativos que continuam buscando nos dizer o que vestir, o que comer, para onde viajar, o que assistir nos cinemas, quais músicas ouvir, etc. O que parece certo é que continuaremos com a trilogia “Consuma, seja, conquiste” comandando nossas vidas e sempre começando pelo 'consuma'. Até que o sistema capitalista reine sobre a terra será assim, seja pela TV, seja pela internet, ou mesmo pelo celular, ou por qualquer outra mídia móvel que vier daqui pra frente, consumir ainda será responsável por tudo o que você deve ser.

 Bibliografia: 


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sexta-feira, 2 de março de 2012

EXPO SANTA CECILIA SANTA INSONE

O projeto SANTA CECÍLIA, SANTA INSONE, é uma exposição coletiva de artes visuais sobre a o Bairro de Santa Cecília, utilizando  vídeo arte, fotografia,  escultura cinética e poesia. O projeto prevê a exposição do trabalho de 10 artistas, que moram, trabalham ou frequentam o bairro, expressando seu olhar sobre a região. Além da exposição, o projeto SANTA CECÍLIA, SANTA INSONE conta com outras atividades: 1 palestra sobre fotografia urbana, 1 palestra sobre vídeo arte; 1 palestra sobre o história do desenvolvimento urbano do bairro Santa Cecília.
Este blog tem a intenção de documentar os ensaios e o processo criativo, também disponibilizaremos materiais e pesquisas sobre a Santa Cecília, making of de produção e depoimentos e outros assuntos residuais do processo.
A exposição se destina á moradores, artistas, arquitetos, trabalhadores do bairro, apreciadores e estudantes de artes visuais, fotógrafos, estudantes do ensino médio, internautas e curiosos.
O projeto que foi contemplado no Edital 21 - CONCURSO DE APOIO A PROJETOS DE ARTES VISUAIS, será realizado com o apoio da Secretaria do Estado da Cultura e do Governo do Estado de São Paulo.
Maiores infos aqui: /http://santaceciliasantainsone.blogspot.com/